💌 Carta IV – Do Alto da Torre de Menagem vejo as nossas freguesias

Minha querida Mariana,

Escrevo-te hoje do alto da Torre de Menagem, esse lugar onde Beja se ergue mais perto do céu e de onde se avistam as planícies que se estendem até perder de vista. Daqui, o olhar alcança não só os campos, mas também as freguesias do nosso concelho — cada uma com a sua história, a sua gente e a sua vontade.

As eleições autárquicas trouxeram novos ventos e outras cores a este mapa que, visto daqui de cima, parece uma manta feita de esperanças e promessas.
O povo falou — e falou com clareza.
Alguns mudaram de rumo, outros mantiveram o caminho.
Todos, porém, confirmaram que Beja está viva.

Nas uniões de freguesias da cidade — Salvador e Santa Maria da Feira, Santiago Maior e São João Baptista e a rural Albernoa e Trindade — a coligação Beja Consegue! (PSD/CDS-PP/IL) venceu e abriu um novo ciclo, elegendo Luís Figueira, Luís Pedro Dargent e Pedro Jonas para os seus primeiros mandatos.

Em Beringel, a vontade manteve-se firme com o Partido Socialista e o seu presidente Vítor Besugo, agora no terceiro mandato.
Em Baleizão, Maria João Brissos prossegue pelo CDU no segundo mandato, e em São Matias, António Grade mantém o rumo socialista no segundo mandato.

Na União de Freguesias de Trigaches e São Brissos, a CDU conquistou a presidência com Tânia Costa, enquanto em Santa Clara de Louredo, a mudança foi no sentido inverso — a freguesia passa a ser do PS com Miguel Mata ao leme, depois de anos sob gestão comunista.

Também em Cabeça Gorda, o PS venceu, elegendo Dora Marques para o seu primeiro mandato. Já a União de Freguesias de Salvada e Quintos muda de cor: passa a ser da CDU com José Pereira. Em Nossa Senhora das Neves, José Brigadeiro mantém-se com a CDU, e na União de Freguesias de Santa Vitória e Mombeja, o PS reafirma a confiança em Sérgio Bravo para um segundo mandato.

Visto daqui, Mariana, percebe-se que Beja não é uma só cor. É um mosaico feito de diferenças que convivem, discutem e se completam.
A democracia tem destas belezas — quando as urnas se fecham, o que fica é a responsabilidade de quem foi escolhido e a vigilância de quem escolheu.

E aqui, das ameias do castelo, penso que é assim que deve ser:
a política como serviço, o voto como compromisso, o poder como dever.
Porque, no fim, as freguesias são o coração que faz Beja pulsar —
são elas que conhecem os nomes, as ruas, as dores e as festas.

Mariana, se pudesses ver o que eu vejo agora, compreenderias.
O sol desce lentamente sobre as casas brancas, e nas sombras longas das muralhas ainda ecoa a fé desta gente — resistente, paciente, apaixonada.
De lá de cima, o tempo parece suspenso, mas o futuro já começou.


Com estima e esperança alentejana,
O Cavaleiro das Planícies

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