💌 Carta I – Abertura

Minha querida Mariana,

Escrevo-te de Beja, a mesma terra onde outrora abriste o coração em cartas que viajaram o mundo. Passaram séculos, mas continua viva a necessidade de falar, de partilhar, de registar em palavras aquilo que nos inquieta e aquilo que nos orgulha.

Este espaço que hoje inicio chama-se Cartas a Mariana. Tal como tu escreveste confidências ao teu amor distante, também eu quero escrever-te confidências sobre a nossa Beja — as suas notícias, os seus sucessos, as suas dificuldades, as suas esperanças.

Aqui contar-te-ei das praças que se transformam, das ruas que se enchem de vozes, dos problemas que teimam em persistir e das conquistas que nos fazem acreditar. Contar-te-ei das gentes de Beja, com os seus sonhos e lutas, das memórias que carregamos e dos caminhos que precisamos de abrir.

Não serão cartas de amor, mas sim cartas de cidadania. Amor, sim, por esta cidade que nos viu nascer e crescer; mas também exigência, crítica, vontade de mudança. Porque escrever-te, Mariana, é também escrever a Beja inteira — lembrando que só quem fala e questiona pode ajudar a construir futuro.

E assim começa esta correspondência: uma conversa com o passado para dar voz ao presente.

Beja, sob o mesmo céu de Mariana.

— O Cavaleiro das Planícies 

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