💌 Carta XII – Quando o Futuro chega à s PlanÃcies
Minha querida Mariana,
Hoje escrevo-te de uma Beja que acordou diferente — mais desperta, mais inquieta, mais viva.
Há dias em que o futuro parece uma promessa distante, mas há outros em que ele se instala entre nós, em forma de arte, música e movimento.
É o caso do Festival Futurama, que regressa para mais uma edição e volta a percorrer as nossas planÃcies, levando cultura e criação aos concelhos de Beja, Mértola e Alvito.
Durante dias, as ruas, as escolas e os teatros enchem-se de artistas e curiosos.
São vozes novas e olhares antigos que se cruzam: Fidel Évora, Francisco Trêpa, Tiago Alexandre, David Infante e Sónia Baptista, entre outros, partilham ideias e experiências com alunos, seniores e cidadãos que descobrem, talvez pela primeira vez, que a arte também se faz de proximidade e pertença.
Hoje, em Beja, o dia começou com “Brilha – Impressões e Escultura sobre a nossa Impressão Digital”, de Fidel Évora, com os jovens da Escola Secundária Diogo de Gouveia.
À tarde, no Núcleo Visigótico, surge a exposição de Francisco Trêpa, feita com os estudantes da Escola Mário Beirão — onde cada olhar é também uma nova forma de contar a cidade.
Amanhã, Sónia Baptista apresentará “O Mistér(io) do Futebol”, performance criada com os jovens do Clube Desportivo de Beja — onde o corpo e o jogo se transformam em poesia.
E ao final da tarde, o Cine-Teatro Pax Julia voltará a ser casa de emoção com “Cantexto”, concerto coletivo que une seis grupos corais de Beja, Serpa, Cuba e Ferreira do Alentejo, dando música à s palavras de LÃdia Jorge, Kalaf Epalanga, Cláudia Lucas Chéu e Miguel Castro Caldas, sob a criação musical de Ana Santos, Celina da Piedade e Paulo Ribeiro.
É bonito, Mariana.
Bonito ver como o Alentejo se reinventa sem perder o chão, como o futuro se escreve a partir do barro e do canto, como a arte continua a ser o caminho mais certeiro para aproximar as pessoas.
O Futurama não é apenas um festival — é uma ideia de território vivo, uma promessa de que ainda há muito por criar e descobrir.
E, no fundo, é também uma carta: uma carta escrita pelas mãos de todos os que acreditam que o Alentejo pode ser lugar de cultura, de encontro e de esperança.
Com o coração cheio e o olhar sobre as planÃcies,
O Cavaleiro das PlanÃcies
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Desafio-te a começar assim:
“Minha querida Mariana…”