💌 Carta XIII – Quando a Cidade se Pensa a Si Mesma


Minha querida Mariana,

Hoje Beja desperta com outro silêncio — não o silêncio do abandono, nem o silêncio das madrugadas sobre as planícies.
É o silêncio bom, aquele que antecede a reflexão, o encontro e a partilha.
É que, durante dois dias, a nossa cidade vai parar para pensar a educação.

Chamam-lhe Jornadas da Educação 2025 – Beja Educa: Incluir, Associar e Aprender.
Mas, no fundo, Mariana, o que se vai viver no Pavilhão dos Sabores é algo maior:
é a cidade a olhar-se ao espelho,
é a comunidade a perguntar “que escola queremos?”,
é a própria terra a tentar compreender como pode educar melhor os seus filhos.

Organizadas pela Câmara Municipal, estas jornadas juntam professores e educadores, especialistas e famílias, técnicos, estudantes e todos os que acreditam que a educação é o primeiro alicerce de uma cidade justa.
Durante dois dias — 19 e 20 de novembro — Beja será palco de plenários, painéis, debates e práticas partilhadas.
Serão ouvidas vozes de quem constrói a escola por dentro e de quem a sonha por fora.

Falar-se-á de inclusão, porque nenhuma criança pode ficar para trás.
Falar-se-á de cooperação, porque a educação não é responsabilidade de um ministério, mas de um povo.
E falar-se-á de inovação, porque as escolas que não evoluem tornam-se muros em vez de janelas.

Gosto de pensar, Mariana, que uma cidade que discute a educação está a discutir o futuro.
Está a decidir que tipo de adultos quer formar, que valores quer preservar, que horizontes quer abrir.

E talvez seja por isso que me comove ver Beja assim:
a pensar, a escutar-se, a reunir-se —
a tomar consciência de que educar não é um ato técnico, mas um gesto de amor coletivo.

Oxalá estes dois dias possam deixar sementes.
Oxalá se construam pontes entre escolas e famílias, entre teoria e prática, entre vontade e ação.
E que, da reflexão, nasça também coragem — a coragem de mudar o que precisa de ser mudado.

Porque uma cidade que educa bem, Mariana, é uma cidade que se prepara para ser maior do que ela própria.

Com fé na escola e na terra,
O Cavaleiro das Planícies

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“Minha querida Mariana…”